domingo, 17 de outubro de 2010

Confidências

Essa é nossa primeira postagem e eu gostaria de compartilhar a reflexão a seguir com todos vocês.

Às vezes me pego pensando se tomei a decisão certa quando aceitei sair da minha ”zona de conforto” que estava na minha casa (com os meus pais), o convívio com a minha família e minha “independência” financeira pra começar tudo de novo somente com meu marido e meu filho.

É muito difícil para alguém economicamente ativa como eu passar do status de mãe-estudante-trabalhadora-esposa para mãe-dona-de-casa-esposa é como perder sua identidade, sua referência.

Chegar numa cidade nova onde se é gerada uma expectativa sobre você em todos os aspectos assusta. Eu cheguei aqui pisando em ovos, sem saber como me comportar, como falar, até quando falar e me sinto, em muitos momentos, o “patinho feio” do grupo. Acho que estou sendo avaliada em tudo que faço ou falo. Não sei ao certo se devo ser eu mesma, com todos os meus defeitos e qualidades, ou se devo ser quem acham que eu sou.

Quando me pego agindo de forma natural, ou seja, sendo a Iris que todo mundo em Recife conhece, fico inibida, por que em muitas vezes, sinto por parte do meu marido mesmo, uma certa reprovação. Até acho, as vezes, que ele tem vergonha de mim e de quem sou. Sinto que ele queria que eu fosse a esposa do seu amigo, uma mulher inteligente, bem sucedida na vida e que já chegou onde qualquer pessoa gostaria de chegar. Sabe até acho que eu também queria ser ela, mas não é inveja, até por que confio em mim e acho que no caso dela além da inteligência vem também a oportunidade que eu, ainda, não tive.

Meu Deus me perdoe por reclamar de uma vida que eu sei que um dia, lá atrás eu posso até ter pedido pra ter nem me arrependo da decisão que tomei, também porque sei que se fosse o contrário ele tomaria a mesma decisão que eu, mas está sendo muito difícil aqui. Só eu sei como é difícil. Miguel é a minha válvula de escape. É por ele que eu estou fazendo tudo isso e eu sei que o pai dele também está se sacrificando para dar um futuro melhor a ele. Não quero perturbá-lo com minhas dúvidas nem tampouco com minhas culpas, mas às vezes queria alguém com quem eu pudesse conversar que não fosse me criticar e dizer “é assim mesmo, foi você que quis assim então agüente” como meus pais me dizem todas as vezes que ligo pra eles e como ele que fica se culpando por isso.

Perdoe-me pelo que vou dizer Senhor, mas eu nem gosto de ligar pra casa. É tão desestimulante saber que do outro lado da linha tem alguém que está te culpando todos os dias pela sua infelicidade. Sinto-me tão mal com isso, tão culpada. Tenho vontade até de pegar um avião e levar meu filho pra eles criarem porque estou me sentindo uma péssima mãe e uma péssima filha. Acho que até seria capaz de fazer esse sacrifício pelos meus pais, mas do outro lado seriamos três sofrendo também: Meu marido, meu filho e eu.

Qual será o próximo capítulo detsa minha história? Ainda não sei. Mas tenho que dar a volta por cima e descobrir algo que me envolva, algo que faça com que eu me apaixone para que eu não enlouqueça nessa cidade de gente nem um pouco cordial.

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