sexta-feira, 17 de junho de 2011

Voltei!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Olá amigos,

Estou meio sem tempo de publicar aqui no blog, mas hoje li um texto tão interessante de uma jornalista de Recife, minha cidade, enviado por uma amiga que não vejo há mais de 10 anos, mas como ela me disse hoje ao telefone, nos encontramos tanto pelo facebook (santa internet), que parece que nunca saimos uma da vida da outra. Eu realmente acho que nunca aconteceu, pois estamos sempre tão inteiradas do que acontece com nossos "novos-velhos" ou vice-versa, que nunca deixamos de nos "ver".

Bom, sem mais delongas ai vai o texto, é muito legal e, espero que você, bairrista assim como eu, guardando os devidos exageros, goste muito.


Devolva meu sotaque!

Sou do Recife, a maior cidade pequena do mundo. Por aqui, mania de grandeza é bóia: temos o maior Shopping da América Latina (improvável), a maior avenida em linha reta do Brasil (duvide-o-dó), o maior bloco de carnaval ao ar livre do planeta (vá lá, esse pode até ser), somos recordistas em ataques de tubarão, temos o canal mais fedorento do mundo (isso eu tenho quase certeza que é verdade) e que, além de fedorento tem as únicas comportas em forma de caranguejo do universo.
 
É assim, a gente se orgulha de tudo, uma resenha.
 
Ok, exagero, eu sei! Deixemos esse bairrismo exacerbado de lado, mas precisei exemplificá-lo para que você, leitor de qualquer outra parte do mundo, entenda como a gente fica arretado ao ver o galã da telenovela das seis dizer um VISSE no lugar errado, com a entonação errada, na frase errada!
 
Nada contra essa “nordestinização” globalizada. Mas, já que vai fazer, movéi, que faça direito. Ainda não vi na história novelística brasileira, um ator/atriz (Suzanna Vieira inclusive e principalmente) que tenha entoado um sotaque de forma convincente.
 
A historinha televisiva é bonita, tem uma direção de arte linda, figurino interessante, mas porque, eu pergunto, insistir nesse danado desse sotaque que atores cariocas/paulistas não dominam? Vôte!
 
Não podia ser simplesmente como a outra telenovela que se passava na Índia, mas que todo mundo falava português? Licença poética! É de mentirinha, a gente já sabe disso, então pode tudo. Só não pode grear com sotaque dos outros. Sem fuleragem, né?
 
A gente já tem que engolir ser chamado de “paraíba” a vida toda (nada contra, muito pelo contrário, amo meus vizinhos paraibanos) mas, cada um no seu quadrado!
 
Sabe aquela aula de geografia que você faltou? Pois foi justamente nela que ensinava que Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Ceará são lugares DIFERENTES. Parecidos, mas diferentes.
 
Já pensou eu chegar no Rio chamando carioca de paulista? Tu não ia estilar?
 
- Oxe, mas é bem pertinho e (pra gente) o sotaque é quase igual. Pode não?
 
Pode não! Paraibano é paraibano e pernambucano é massa. Eita, deixei escapar o danado do bairrismo que tava escondido debaixo do tapete, foi mal aí, movéi.
 
Desculpem o arrudeio, mas é porque OXE e EITA são assuntos importantes pelas bandas de cá, VISSE?


Téta Barbosa é jornalista, publicitária, mora no Recife e vive antenada com tudo o que se passa ali e fora dali. A partir de hoje escreverá aqui sempre às segundas-feiras sobre modismos, modernidades e curiosidades. Ela também tem um blog - http://www.batidasalvetodos.com.br//t_blank